o parto e
a recuperação pós-parto. Mas
esta dança milenar criada pelas sacerdotisas
egípcias há sete mil anos, tem como
tarefa principal proporcionar o renascimento da própria
feminilidade. Para alcançar esse objetivo é
preciso desenvolver o contato subjetivo com nossos
sinais corporais e passar pôr um processo de
transformação pessoal.
Parece estranho que uma dança repleta de roupas
espalhafatosas e coloridas, com véus esvoaçantes
e muitos acessórios como braceletes e pingentes,
possam trazer à mulher vantagens tão
sublimes. Mesmo porque, essa imagem de odalisca é
muitas vezes vista com tom caricatural, e até
mesmo associada ao erotismo vulgar. Em meio à
essa deturpação construída pela
mídia e pelo modismo, há sinais de profundo
auto-conhecimento.
Para muitas mulheres, pode ser extremamente difícil
sentir-se feminina vestindo-se como um odalisca. Os
primeiros dias de aula podem parecer torturantes,
muitas se acham ridículas com aquelas vestes
e sentem enormes dificuldades de fazer os requebros
sinuosos com o ventre, os seios, pescoço, mexer
braços graciosamente e para piorar, lançar
olhares sensuais e quentes, a qual a música
árabe pede. Esses são os principais
motivos pelos quais muitas das novas adeptas, desistem
antes de completar um mês de aula. Poucas sabem
que a maneira mais tradicional de trabalhar a auto
- estima ocorre quando a mulher começa a se
ver de saia, toda pintada e a observar todas as partes
de seu próprio corpo. As iniciantes chegam
tímidas e com muita vergonha nas salas de aula,
e as transformações só acontecem
quando a mulher reconhece as suas qualidades antes
escondidas nas profundezas do inconsciente. Neste
sentido a dança abre as portas da auto - estima.
Quem dança deve estar solta e querer manifestar
a sua vida e a sua alegria de viver, passar aos que
à assistem, todo valor existente no interior
de toda a mulher: graça , simpatia, meiguice
e a sutileza tão própria do sexo feminino.
Não é raro ver gordinhas, barrigudinhas
e magrelas saracoteando felizes e soltas ao ritmo
da música árabe, uma vez que esta nos
envolve e contagia nos deixa tomada de uma embriagues
sadia e até com cheiros e aromas típicos
do povo e da cultura árabe. Todas elas acabam
pôr descobrir seu charme, sua simpatia, o brilho
de seu olhar, seu magnetismo, sua doçura e
a SUA DEUSA INTERIOR.
Outro grande desencadeador de mudanças é
o movimento ondulante do corpo, que resgata o libido
feminino. Quando uma bailarina fica em pé,
todos os movimentos concorrem para torná-la
uma coluna ondulante, UMA CHAMA. A labareda não
cresce de baixo para cima feito uma serpente que se
ergue? Pois esta chamuscante dançarina se transforma
na Expressão da força sagrada que tudo
transmuta e purifica: O FOGO.
Cabeça e olhos – trabalha
com os músculos orbitais e alongamento do pescoço
(representa a serpente que hipnotiza) Corrige a postura,
conferindo elegância e levando os seios;
Mãos, pulsos, braços e ombros
– mexe com as articulações
e tendões, trabalha a força das mãos,
deixando-as com movimentos mais elegantes e sutis,
ajuda a prevenir a tendinite, pulso aberto e artrose
(as mãos representam a extensão do coração);
Modela ombros e braços, dando contornos mais
definidos;
Tronco, seios e tórax –
deslocamentos de troncos com movimentos de seios,
trabalham a respiração, massageiam a
coluna vertebral e melhoram a postura (simbolizam
as emoções do coração
e da alma);
Quadril, abdomem, pélvis e glúteo
– Alongam orgãos internos, massageando-os,
elimina tensões excessivas de modo natural
e revitalizante. Elimina dor menstrual, auxiliando
nas fases pré-natal e pós-parto. Fortalecem
e enrijecem o ventre, trabalhando os abdominais e
definindo barriga, afina a cintura, arredonda e enrijece
quadril e glúteos (a simbologia do ventre é
a própria expressão da fertilidade,
que gera a vida);
Coxas, pernas e pés –
Tonifica as pernas definindo os músculos, reforça
a musculatura da panturilha, acalma tensão
muscular, trabalha equilíbrio e postura (a
representam dos pés descalços da dançarina
é o contato com a Deusa-mãe, com a nossa
mãe terra, de onde emanam diversas energias). |